Nos últimos anos, a Bolsa de Valores brasileira (B3) passou por uma transformação significativa — e grande parte dessa mudança tem nome e idade: a nova geração de investidores. Jovens entre 18 e 35 anos estão ganhando espaço e mudando a forma como se investe no Brasil.
1. CRESCIMENTO DO NÚMERO DE INVESTIDORES JOVENS
De acordo com dados da B3, mais de 40% dos investidores pessoa física têm menos de 35 anos. Muitos começaram a investir entre 2020 e 2022, impulsionados por:
- Taxa Selic baixa (o que reduziu o rendimento da poupança e renda fixa)
- Acesso a plataformas digitais e corretoras com taxa zero
- Conteúdo financeiro nas redes sociais
- Influência da pandemia, que incentivou o controle financeiro e a busca por autonomia
2. PERFIL MAIS TECNOLÓGICO E INFORMADO
Essa nova geração:
- Usa apps, fintechs e plataformas digitais para acompanhar seus investimentos
- Busca informação em tempo real, em redes como YouTube, TikTok, Instagram e podcasts
- É mais autodidata e independente, embora ainda cometa erros por excesso de confiança ou impulsividade
3. MUDANÇA NA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO
Ao contrário de gerações anteriores, que buscavam segurança quase exclusiva na renda fixa, os jovens:
- Estão mais dispostos a assumir riscos
- Investem em ações, fundos imobiliários, criptomoedas e ETFs
- Pensam mais no longo prazo, com foco em liberdade financeira
- Valorizam empresas com propósito, ESG (ambiental, social e governança) e inovação
4. IMPACTO NO MERCADO
Esse novo perfil tem impacto direto na Bolsa:
- Aumenta a liquidez de ativos com menor visibilidade
- Estimula o crescimento de empresas voltadas à tecnologia, varejo digital, fintechs e inovação
- Pressiona o mercado por mais transparência e responsabilidade social
- Incentiva empresas a se comunicar melhor com o investidor pessoa física
CONCLUSÃO
A entrada massiva dos jovens na bolsa está redefinindo o mercado financeiro brasileiro. Eles são mais conectados, curiosos e ousados — e estão contribuindo para uma cultura de investimentos mais democrática, acessível e moderna. O desafio agora é transformar esse entusiasmo em conhecimento sólido, disciplina e visão de longo prazo para que essa revolução não seja apenas de curtíssimo prazo, mas sim o início de uma nova era para o investidor brasileiro.